No parque de diversões

Havia uma criança em um parque de diversões, ela tinha desobedecido seu pai e fugiu de perto dele para aproveitar os brinquedos. Ela não se importava com nada e tudo valia a pena se o fim fosse o seu prazer. Ela sentia a liberdade de poder fazer o que quisesse sem ninguém pra dizer não. Eram tantas luzes que chamavam a atenção e tanto que o que fazer que ela não percebia que era uma criança perdida na multidão. O pai, outrora bravo, agora muito triste anunciava pelos autofalantes do parque, que a ela retornasse. Ele mesmo a buscava e enviava muitos a procura da criança, mas ela se escondia. O pai então decidiu enviar seu filho mais velho para encontrar a criança.

Para o filho mais velho, a criança perdida, ainda era aquele tão sonhado e esperado bebê, que ele ajudava a cuidar e amava tanto. Assim por amor ao pai e movido por imensa compaixão o filho prometeu o impossível ao pai, para trazê-la de volta.

Mas horas passavam, a noite chegava e o parque ia fechar. Foi quando a criança se deu conta, que já não havia mais o que fazer, as atrações não pareciam mais tão legais e ela estava cansada. Passou então a abordar as pessoas e dizer:

– Você conhece meu pai?
– Me perdi, pode me levar até ele?

Mas ninguém conhecia o seu pai, nem sabiam onde ele estava. No fundo, pareciam tão perdidos como a criança.

Suja e com frio a criança deitou-se em um cantinho e fechou os olhos sem esperança. De repende ela sentiu as mãos de alguém carregando-a. Ainda com os olhos embaçados não reconhecia nos braços de quem ela estava:

– Calma, sou eu. O papai me mandou pra te buscar.

De: José Ricardo de Oliveira Damico, dedicado a minha amada tia Zuleica Damico

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